Receitas
Tenho tentado trazer pro cotidiano, na tentativa de marcar a passagem do tempo, receitas que conversam com cada época do ano. Essa aqui, de ceviche de coco com lichia, tem feito presença nos meses de dezembro a fevereiro, quando o coco verde está mais carnudo e as lichias estão gordas e reluzentes nos pés.
Ingredientes para 3 pessoas:
polpa fresca de 4 cocos verdes cortados em lascas de 4cm
1kg de lichia descascada, sem semente, despolpada com cuidado
1 pimenta dedo de moça picadíssima, sem sementes
suco de 5 limões tahiti grandes (ou mais, se preferir mais ácido)
1 xícara de água de coco
1 cebola roxa grande fatiada finamente em tiras longas
sal a gosto
coentro a gostoComo fazer
Antes de começar, acho importante deixar umas folhas de coentro guardadas para incorporar à receita só na hora de servir, para ter o aspecto mais fresco possível.
Agora sim: numa bacia grande, adicione a cebola, metade do coentro e o sal. Amasse vigorosamente com as mãos até soltar bastante água. Agora acrescente o restante dos ingredientes, misture bem e leve à geladeira por algumas horas, para o tempero entremear gostosinho.
Na hora de servir, gosto de colocar numa cumbuca bonita e levar ao centro da mesa para compartilhar com pessoas queridas.
Autopropaganda honesta
Consultoria de Planejamento Alimentar: vem se organizar comigo!
Livro digital Me Tempera Que eu Gosto, para aprender a secar ervas e a usar especiarias (conta com receitas)
Aula particular sobre fermentação de vegetais: te conto tudo sobre essa delícia!
Livro digital Para Começar a Curtir: Fermentação de Vegetais
Broa vegetal fofinha e sem farinha de trigo, como deve ser
Eu e o Stanley, cozinheiro no @mandaknega, recebemos um convite do Circuito Municipal de Cultura para gravar o último quadro do Festival Histórias de Alimentar a Alma 2021, promovido pela Prefeitura de Belo Horizonte, para cozinhar alguma delícia mineira.
Minha amiga Nina Rocha me ensinou o modo de preparo dessa focaccia no começo da pandemia e perdi as contas de quantas vezes fiz, cada dia com ervas e temperos diferentes. Preciso dizer que a focaccia clássica não é desse jeitinho, mas como gosto de abrasileirar as receitas, bora lá:
Vejo inúmeras receitas com limão siciliano pelo mundo afora, mas quase nunca com o limão-capeta, também conhecido como “rosa”, “cavalo” e “cravo”, presente nas roças de boa parte do Brasil. O nome científico da fruta já denuncia seu cruzo divino entre o limão e a laranja: Citrus X limonia. Em homenagem a essa lindeza resplandecente que ganha de lavada do limão siciliano, vim ensinar a fermentar o limão-capeta.
Qual o gosto do missô?
Fico sempre curiosa quando vejo uma comida diferente. Lembro quando comi missô pela primeira vez e me veio aquele gosto levemente doce e ao mesmo tempo bastante intenso, meio amargo talvez, que faz salivar e preenche a boca. Aí entendi, mais do que nunca, como é de fato o “sabor umami”. Desde então, sempre que posso dou um jeito de comprar um potinho de pequenos produtores para experimentar diferentes missôs.
Depois do lançamento do meu livro Para Começar a Curtir: Fermentação de Vegetais, que, para mim, foi o acontecimento mais feliz de 2020, ando recebendo uma chuva gigante de fotos de potes e mais potes coloridos: são ervas descansando na salmoura para cá; frutas combinadas com vinagres, açúcares e especiarias para lá; bebidas dos mais variados tipos… Uma alegria sem fim que borbulha os sentidos!
Em homenagem a essa gente aberta, que anda fermentando o mundo inteiro junto comigo, fiz a Fermente!, uma playlist com bons episódios de podcasts sobre fermentação, pois já que não posso matar a fome de comidas através das telas, mato pelo menos um golinho dessa sede de conhecimento!
No mais, espia aqui estas 3 maravilhas:
- o Zero-Waste Chef é um canal, no YouTube, que conta com várias receitas de vegetais fermentados;
- o Chinese Cooking Demystified também tem uma infinidade de receitas;
- o episódio “Ervas”, da terceira temporada da série A Origem do Sabor (da Netflix), é de babar de tão bonito!
Para receitas fermentadas, venha comigo!
Pequi é comida do Cerrado, então o Norte de Minas Gerais e Goiás, por exemplo, são abençoados por essa beleza que é motivo de fusuê toda vez que o nome é citado: quem ama conta boas histórias, há quem filosofe a respeito, outros fogem até das fotos… Amo esse rebuliço, hahaha!
O Daniel, meu companheiro, é o alucinado do pequi. Uma vez a gente fez uma travessia no entorno de São Jorge/GO, que calhou de ser bem na época da colheita. Nos esbaldamos com empadão de pequi, arroz de pequi, pequi na conserva, pastel de pequi, pequi como petisco, salivo só de lembrar…
Mas nem sempre gostei, essa é a verdade: fui dando uma chance ao longo da vida. Meu pai é o responsável por hoje eu amar o fruto, pois fazia arrozadas incríveis na minha adolescêcia.
Para quem tem medo de pequi, preciso dizer que o único cuidado a se tomar na hora de comer é não morder, e sim roer, pois no centro existem muitos espinhos. Ou seja, é iguaria para se comer devagar, alegremente!
Para fazer uma arrozada de pequi
Primeiro, deixe pronto um arroz da maneira que você já faz mesmo, porém sem cozinhar excessivamente, para depois a gente incorporar os pequis cozidos ao final, assim eles aguentam o calor sem desmanchar demais.
Enquanto o arroz fica pronto, coloque tantos pequis quanto tiver, higienizados, é claro, numa panela com água quase o suficiente para cobrir tudo, e leve à fervura com uma colherada generosa de sal.
A ideia é deixar a água evaporar completamente para a polpa soltar bem, adicionar bastante alho picadíssimo, fritar até ficar dourado e só então colocar o arroz. Vale adicionar uma dose de cachaça também, antes do arroz entrar em cena. No fim, ajuste o sal e está pronta a arrozada!
Aqui em casa a gente costuma secar a semente do fruto para extrair a castanha, mas tem que tomar cuidado para não machucar as mãos. Extraia de preferência com um martelo!
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