Somos cíclicas, lunares, deusas
Vivemos numa cultura patriarcal que nos poda, maltrata e nos faz odiar nosso corpo e nosso sangue. Ser mulher, por si só, é um tabu: “fecha as pernas, senta direito, masturbar é feio, tira a mão daí, não fale palavrão, seja discreta, sorria, homem é assim mesmo, aceite, acate, reprima, esconda, se cale”.
São tantas culpas, amarras, regras e posturas impostas que é fácil esquecer do quanto nós, mulheres, somos cíclicas e poderosas. Consequentemente, perdemos a conexão com a alimentação, com o corpo, com a escuta interior. Lembro bem que quando iniciei minha vida sexual na adolescência: inventava desculpas para não encontrar meu namorado nos dias em que a menstruação chegava, de tanta vergonha. A mídia, a indústria alimentícia e farmacêutica nos vendem receitas prontas que contribuem para que a gente se desconecte da nossa melhor versão e do lado feminino.
A sociedade é cruel com a mulher. Vemos propagandas de absorventes com sangue azul que nos mostram como ficar plenas na “pior” fase, vendendo a ideia de que o sangue deveria ser escondido. Vemos meninas emendando cartelas de anticoncepcional para não menstruar no fim de semana, mulheres em salas de cirurgia para reconstruir o hímen e “adequar” a vulva a um padrão estético inatingível, livros e mais livros de educação sexual maquiando a real fisiologia da vulva, demonstrando o órgão sexual feminino como um buraco feito para acolher o pênis.
Mas POR QUÊ?
Por que somos julgadas, perseguidas, mortas simplesmente por sermos mulher?
Como a menstruação, tão natural e inerente ao feminino, pode ser considerada suja?
Em que momento da história a conexão com nosso corpo se perdeu?
Quando fomos obrigadas a nos calar?
Por que a mulher é subjugada, reprimida, tolhida de seus direitos?
Por que as escolas têm livros que nos levam a crer que nossas vulvas são deformadas?
Quando eu tinha 13 anos um médico, diante do meu quadro de terríveis cólicas, indicou o uso de anticoncepcional sem sequer fazer qualquer exame. É claro que determinados medicamentos podem ser clinicamente indicados para determinados quadros médicos, o que questiono hoje é o uso indiscriminado deles. No meu caso, usei hormônios por toda a vida sem questionar o porquê daquilo. 15 anos depois de tanta anestesia, senti vontade de entender meu corpo como ele é, e tem sido uma surpresa incrível. Estou usando cada fase do meu ciclo para potencializar minhas habilidades, para ter mais paciência comigo mesma e mais autocuidado.
Precisamos questionar, precisamos nos CONHECER!
Inspirada nessa nova fase da vida e no avanço do feminismo, para honrar o corpo da mulher e tudo que envolver a essência feminina, resolvi escrever esse post-manifesto que traz infusões, dicas de alimentos e óleos essenciais para adotar em cada ciclo, além de dicas variadas de materiais para ler e ouvir que podem abrir caminho para o autoconhecimento.
A aromaterapeuta Letícia Marinho (@le_marinho e @essenciall.co) nos brindou com indicações de Óleos Essenciais para cada fase do ciclo menstrual. Para entender o uso seguro dos OE, acesse aqui o e-book que ela elaborou sobre o tema. Letícia promove o incrível Workshop Ciclo Feminino e Ferramentas para o Bem-Estar da Mulher.
Vamos juntas?
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