Pequi é comida do Cerrado, então o Norte de Minas Gerais e Goiás, por exemplo, são abençoados por essa beleza que é motivo de fusuê toda vez que o nome é citado: quem ama conta boas histórias, há quem filosofe a respeito, outros fogem até das fotos… Amo esse rebuliço, hahaha!
O Daniel, meu companheiro, é o alucinado do pequi. Uma vez a gente fez uma travessia no entorno de São Jorge/GO, que calhou de ser bem na época da colheita. Nos esbaldamos com empadão de pequi, arroz de pequi, pequi na conserva, pastel de pequi, pequi como petisco, salivo só de lembrar…
Mas nem sempre gostei, essa é a verdade: fui dando uma chance ao longo da vida. Meu pai é o responsável por hoje eu amar o fruto, pois fazia arrozadas incríveis na minha adolescêcia.
Para quem tem medo de pequi, preciso dizer que o único cuidado a se tomar na hora de comer é não morder, e sim roer, pois no centro existem muitos espinhos. Ou seja, é iguaria para se comer devagar, alegremente!
Para fazer uma arrozada de pequi
Primeiro, deixe pronto um arroz da maneira que você já faz mesmo, porém sem cozinhar excessivamente, para depois a gente incorporar os pequis cozidos ao final, assim eles aguentam o calor sem desmanchar demais.
Enquanto o arroz fica pronto, coloque tantos pequis quanto tiver, higienizados, é claro, numa panela com água quase o suficiente para cobrir tudo, e leve à fervura com uma colherada generosa de sal.
A ideia é deixar a água evaporar completamente para a polpa soltar bem, adicionar bastante alho picadíssimo, fritar até ficar dourado e só então colocar o arroz. Vale adicionar uma dose de cachaça também, antes do arroz entrar em cena. No fim, ajuste o sal e está pronta a arrozada!
Aqui em casa a gente costuma secar a semente do fruto para extrair a castanha, mas tem que tomar cuidado para não machucar as mãos. Extraia de preferência com um martelo!
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